Lisboa, Portugal.
A semana começou com paralisações de professores das escolas públicas de Portugal. Durante 18 dias úteis, os docentes vão realizar ações por todo o país, sendo uma por distrito (região) a cada dia. O calendário de protestos começou nesta segunda-feira (16) na Capital portuguesa e vai até o dia 8 de fevereiro, com a finalização dos atos no Porto, segunda maior cidade do país.
O primeiro ato de suspensão das atividades realizado hoje (16) em Lisboa, envolveu os 16 municípios que compõem o distrito. De acordo com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a adesão foi de 90% da categoria. Quase 150 escolas ficaram fechadas ou sem aulas durante o dia, segundo a lista divulgada pela federação.
A mobilização nacional é organizada por um total de oito entidades sindicais do país e abrange profissionais de educação do 1º ao último ano, com exceção das creches. Entre as reivindicações dos professores, estão “condições de trabalho sustentáveis”, estabilidade na carreira, o rejuvenescimento da profissão, com a inserção de mais jovens na função escolar, e formação contínua para os docentes.
O movimento também é contra o novo modelo de transferência de profissionais entre escolas, anunciado pelo governo no início de dezembro do ano passado. Pela proposta da administração pública, os diretores das escolas terão autonomia para realizar a mobilidade de professores. A Fenaprof rejeita a medida “liminarmente”, ou seja, de maneira absoluta. Atualmente, o critério para que a troca de instituição seja realizada é técnico, dependendo da qualificação do candidato para a vaga.
O grupo ainda solicita atualização salarial, com o recebimento de “salários decentes”, mas sem mencionar o valor exato de aumento exigido. Na tentativa de entrar em um acordo, o governo e as entidades sindicais vão realizar uma reunião nesta sexta-feira, dia 20 de janeiro.
A cada dia de paralisação, os professores vão realizar uma manifestação no centro da cidade sede do distrito. Em Lisboa, junto com representantes dos sindicatos, os profissionais exibiram cartazes e faixas de protesto em uma das principais praças da capital portuguesa.
O grupo já vinha realizando outras ações de protesto, como um acampamento montado em frente ao prédio do Ministério da Educação entre os dias 10 e 13 de janeiro. O ato desta segunda-feira (16) encerrou com uma marcha dos profissionais no centro de Lisboa.
O Agora Europa solicitou ao Ministério da Educação um posicionamento sobre a greve e o número de estudantes afetados. No entanto, não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Calendário de paralisações programadas
O roteiro de paralisação dos professores continua nesta terça-feira (17) em Aveiro, no Centro do país. A lista com as escolas que ficarão fechadas devido aos protestos é divulgada diariamente no site da Fenaprof. Veja o calendário completo:
– 18 de janeiro: Beja
– 19 de janeiro: Braga
– 20 de janeiro: Bragança
– 23 de janeiro: Castelo Branco
– 23 de janeiro: Covilhã
– 24 de janeiro: Coimbra
– 25 de janeiro: Évora
– 26 de janeiro: Faro
– 27 de janeiro: Guarda
– 30 de janeiro: Leiria
– 31 de janeiro: Portalegre
– 1 de fevereiro: Santarém
– 2 de fevereiro: Setúbal
– 3 de fevereiro: Viana do Castelo
– 6 de fevereiro: Vila Real
– 7 de fevereiro: Viseu
– 8 de fevereiro: Porto.