Jornalista
O número de brasileiros em situação de risco por exploração sexual aumentou 43% entre 2020 e 2021, divulgou nesta quarta-feira (8) o Ministério do Interior da Espanha. No ano passado, 432 pessoas com nacionalidade brasileira foram identificadas em locais destinados ao exercício de prostituição, no território espanhol. Em 2020, as inspeções haviam identificado 301 vítimas com passaporte do Brasil.
Apesar do aumento entre os dois períodos, o número contabilizado no ano passado é praticamente metade do registrado cinco anos antes, em 2017, quando 898 brasileiros (as) foram identificados em estabelecimentos de prostituição na Espanha.
Além disso, também foram registradas oito vítimas de tráfico sexual oriundas do Brasil em 2021, três a mais do que no ano anterior. Os números integram o Balanço Estatístico 2017-2021 sobre Tráfico e Exploração de Seres Humanos na Espanha, elaborado pelo Centro de Inteligência contra o Terrorismo e o Crime Organizado (CITCO).
No ano passado, os órgãos de segurança da Espanha libertaram 1.056 vítimas de traficantes sexuais ou de exploração laboral. De acordo com o documento, os alvos foram 64 grupos organizados. Durante as 226 operações policiais, foram detidos nove brasileiros suspeitos de traficar pessoas ao solo espanhol.
Ao todo, a Polícia Nacional resgatou 355 vítimas de exploração sexual em 2021, sendo 342 mulheres, nove homens e quatro meninas menores de idade. O número é inferior ao detectado em 2020, quando 415 pessoas haviam sigo resgatadas pela polícia espanhola.
Embora sejam as principais vítimas, as mulheres também foram maioria no que tange ao número de detenções por tráfico sexual em 2021. Ao todo, 109 pessoas do gênero feminino foram presas por traficar pessoas para fins de exploração sexual, além de 96 homens. Essa, no entanto, foi a primeira vez que o número de detidos para esse tipo de crime foi maior em relação às mulheres do que aos presos do gênero masculino.
Brasil está entre os que mais possui pessoas em situação de risco na Espanha
Conforme dados de 2021, a nacionalidade brasileira ocupa o quarto lugar no ranking de pessoas expostas a locais de exercício de prostituição no território espanhol, com 432 casos. No topo da lista, estão os cidadãos espanhóis (1.020), seguidos dos romenos (495) e colombianos (700).
O número total de pessoas em situação de risco foi de 4.704 no ano passado. O índice é superior aos 3.867 registrados em 2020, mas menos da metade do total contabilizado em 2017, quando 10.111 pessoas foram identificadas nessa condição.
No início deste ano, o Ministério do Interior da Espanha apresentou um plano para frear o tráfico e exploração de pessoas no país. Segundo o governo, o "tráfico de pessoas é uma grave violação dos direitos humanos e uma das atividades criminosas mais lucrativas, perdendo apenas para o tráfico de drogas e no mesmo nível do tráfico de armas."