
Lisboa, Portugal.
Um pastor evangélico brasileiro, residente em Portugal, é acusado de auxiliar na imigração ilegal de falsos missionários no país. De acordo com informações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) obtidas pelo Agora Europa, cerca de 20 pessoas chegaram ao território luso com auxílio do suspeito com o propósito de realizar atividades religiosas. No entanto, segundo o SEF, após obter a documentação para viver em Portugal, “passaram a dedicar-se a outras atividades que nada têm a ver com a vida evangélica”.
Conforme a investigação, o religioso brasileiro, de 66 anos, era quem coordenava o esquema, com a ajuda da companheira. Segundo as autoridades de imigração, o evangélico cobrava “elevadas quantias monetárias” para auxiliar na regularização dos supostos missionários em solo português.
Ainda segundo o SEF, os imigrantes eram instalados “em supostas bases missionárias da igreja e com inadequadas condições de habitabilidade”. O valor cobrado pelo pastor para morar no local era de 300 euros mensais.
Na tarde de quarta-feira (24), a sede da igreja, localizada em Seixal, a 50 quilômetros de Lisboa, passou por buscas e apreensões. Os investigadores apreenderam documentos, celulares e dinheiro. Outros três locais, não revelados pelo órgão, também passaram por inspeção policial. No total, foram cumpridos sete mandados de busca. A investigação está em andamento.
A pena pelo crime de auxílio à imigração ilegal em Portugal é de três anos, com possibilidade de aumentar para cinco anos caso a prática tenha intenção de lucro. Ainda conforme a lei portuguesa, se os imigrantes ficarem em condições consideradas “desumanas ou degradantes”, a pena é de dois a oito anos de prisão.