Lisboa, Portugal.
Um grupo de 17 pessoas, incluindo brasileiros e familiares, foram repatriados da Turquia neste sábado (11). De acordo com o governo brasileiro, a chegada do avião no Rio de Janeiro está prevista para ocorrer até o fim do dia de hoje. Segundo o Itamaraty, os cidadãos buscaram auxílio na Embaixada do Brasil após os terremotos devastadores que atingiram a Turquia e Síria na última segunda-feira (6).
No território turco, mais de 21 mil cidadãos perderam a vida, enquanto na Síria são quase 4 mil mortes, conforme os últimos balanços divulgados pelos dois governos neste sábado. Além das vítimas fatais, milhares de pessoas ficaram feridas: o número ultrapassa 80 mil residentes na Turquia e 4 mil na Síria.
Logo após a tragédia, a Embaixada do Brasil em Ancara disponibilizou um telefone de emergência para que brasileiros pudessem buscar ajuda, por meio do número +90 533 424 04 29. A mesma medida foi adotada pela Embaixada do Brasil em Damasco, que informou não ter, até o momento, registro de vítimas brasileiras. A linha + 963 933 213 438 continua aberta para atendimento aos cidadãos.
A operação de repatriamento está sendo realizada em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A aeronave militar do Brasil foi enviada ao território turco na madrugada do dia 9 de fevereiro para levar ajuda humanitária e profissionais especializados em salvamento de pessoas com o objetivo de ajudar no socorro às vítimas. O desembarque dos cidadãos repatriados ocorre na Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro.
“Desastre mais devastador”
Ao visitar as regiões atingidas pelos terremotos, localizadas na parte sul e sudeste do território turco, o presidente Recep Tayyip Erdoğan declarou que o sismo foi o “desastre mais devastador” da história da Turquia: “Esses terremotos são três vezes maiores e três vezes mais destrutivos do que o terremoto de 1999, que é o maior desastre na memória próxima de nosso país”, disse Erdoğan.
Mais de 320 edifícios e milhares de quilômetros de estradas ficaram destruídos ou danificados pelos abalos sísmicos. As províncias de Kahramanmaraş, Hatay e Adiyaman foram as mais atingidas. Segundo o presidente, um reforço extra para as equipes que atuam nestes locais foi enviado depois de os trabalhos em outras regiões terem sido finalizados.
Atualmente, 160 mil pessoas trabalham em todo o país nas ações de salvamento. A Turquia recebeu profissionais, material médico, equipamentos e alimentos de diversas partes do mundo para ajudar no trabalho de salvamento. Além disso, o Mecanismo de Proteção Civil da União Europeia (UE) foi acionado, com o envio de mais de 1,5 mil trabalhadores das mais diversas áreas, além de 100 cachorros de regaste.
O governo turco acredita que ainda existem vítimas soterradas, mas o presidente Erdoğan afirmou ter esperança de que ainda sejam encontradas pessoas com vida entre os escombros. O país já contabiliza mais de 1,6 milhão de desalojados, que estão sendo abrigados em centros temporários, pensões, dormitórios de universidades e hotéis. Também foi firmada uma parceria com a companhia aérea Turkish Airlines para que seja realizado o transporte de moradores para outras localidades.
Apoio para reconstrução
O governo turco anunciou ainda um programa de apoio ao pagamento de aluguéis com valores entre 99 euros e 248 euros. Não há detalhes sobre a periodicidade em que o auxílio será pago. Ao mesmo tempo, as autoridades preveem uma ajuda de 744 euros para reerguer as casas destruídas. A previsão do governo é de que o trabalho de reconstrução leve, pelo menos, um ano.
