Após ataque a usinas, Ucrânia apela por redução de 25% no uso de energia

Para evitar apagões no inverno que se aproxima, os ucranianos precisam diminuir o consumo de energia em 25%, conforme comunicado do governo divulgado nesta quarta-feira (12). A recomendação ocorre após o país apontar que o sistema de transmissão elétrica foi atingido por mísseis russos no conflito armado que perdura desde fevereiro e se intensificou nos últimos dias. Segundo relatório emitido pelas autoridades locais, entre as instalações danificadas estão 18 usinas, incluindo 8 termelétricas.

O pedido é para que cidadãos e empresas reduzam o consumo, principalmente no que diz respeito à utilização equipamentos elétricos, entre as 5 horas da tarde e as 10 horas da noite. A medida deve ser adotada em todo o território em guerra: “Apelamos às empresas para que adotem o consumo consciente e desliguem os sinais de publicidade externa a luz elétrica e outros dispositivos que gastam energia durante o período especificado. Essa abordagem responsável nos permite minimizar o uso de horários de cortes de energia”, defendeu o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal.

De acordo com o chefe ucraniano, atividades de reparo estão sendo realizadas e, até o momento, 4 mil pontos que haviam sido atingidos tiveram a energia restaurada. Desde que a capital da Ucrânia, Kiev, voltou a ser alvo das forças da Rússia na última segunda-feira (10), o país já conseguiu uma economia total de 10% de energia, segundo apontam dados oficiais do governo. A ação foi promovida de maneira voluntária entre os cidadãos após o país ter 30% da infraestrutura energética destruída em bombardeios. Mesmo assim, a orientação das autoridades é para que a população faça um estoque de itens básicos, como roupas quentes, velas, lanternas e baterias: “É vital estar preparado caso a eletricidade ou o calor desapareçam como resultado de ataques maciços de mísseis”, apontou Shmyhal.

O governante ainda antecipou que o gabinete pretende reduzir o uso de aquecimento durante os meses mais frios. De acordo com Shmyhal, devido ao inverno rigoroso, a temperatura mínima que deve ser mantida nas casas será de 16 graus Celsius, sendo aceita uma média de 18 graus: “Afinal, depende de cada um de nós como vamos passar por este inverno”, justificou o primeiro-ministro.

Os ataques da Rússia à Ucrânia se intensificaram nessa semana, principalmente com bombardeios à capital Kiev. A ofensiva ocorreu como uma resposta russa à explosão que culminou na queda parcial da ponte da Crimeia, utilizada para o reabastecimento militar russo durante a guerra. A infraestrutura, inaugurada em 2018, conecta os dois territórios após a anexação da região por Vladimir Putin em 2014.

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