Lisboa, Portugal.
A sexta-feira (30) começou com a interrupção da entrada de turistas russos na Finlândia. Segundo o Ministério do Interior, a limitação atinge não só o ingresso dos cidadãos no território, mas também a emissão de vistos: “A decisão principal visa interromper completamente o turismo e o trânsito relacionado. A recepção de pedidos de visto é severamente restringida”, pontua o governo finlandês.
O motivo da medida leva em conta “a incerteza sobre as consequências” da mobilização de militares da reserva convocados pelo presidente russo Vladimir Putin na semana passada. Ainda segundo o Ministério, cada pessoa que tentar entrar no país será analisada “individualmente” pelas autoridades de fronteira, seja terrestre ou aérea. As viagens necessárias por razões humanitárias, interesse nacional ou obrigações internacionais não estão impedidas, complementa o governo.
Os pedidos de vistos na embaixada passarão por “instruções detalhadas”, com preferência a grupos específicos. Estudantes, familiares de cidadãos da UE, empresários, trabalhadores que solicitam visto de curta duração e proprietários de imóveis adquiridos antes do dia 30 de setembro são os grupos que continuarão tendo o acesso garantido. Para cada categoria, ainda existem regras a serem cumpridas, que podem ser conferidas no site da Guarda de Fronteira.
Segundo o Ministério, a decisão é baseada no Código das Fronteiras Schengen, que permite esse tipo de restrição quando estão envolvidas questões de segurança dos Estados-Membros. Conforme dados da Frontex, a Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras, 30 mil cidadãos russos entraram na Finlândia no período de 19 a 25 de agosto. No total, entraram na UE neste período 66 mil pessoas provenientes da Rússia, número 30% maior do que na semana anterior.
O órgão não possui dados sobre a subida específica de cidadãos da Rússia no país, mas destaca que é “significativo”, sendo a Finlândia o Estado-Membro que mais recebeu os russos nos últimos dias. Somente na quinta-feira (29), segundo a Guarda de Fronteira, entraram na Finlândia 5.266 cidadãos da Rússia, 555 a mais do que na quarta-feira (28).
O governo finlandês ainda argumenta que o país serve de “porta de entrada” para outros países da UE, o que pode ter “implicações de segurança” para o bloco. Desde o início da invasão na Ucrânia, os Estados-Membros têm realizado ações para restringir a mobilidade dos russos na União Europeia, como a suspensão do acordo de facilitação de vistos que existia.
A medida que limita a entrada dos cidadãos russos na Finlândia não possui um prazo de validade. Ainda segundo o governo finlandês, as autoridades estão “acompanhando de perto os efeitos da decisão” e que poderá atualizar as regras, caso seja necessário.