Finlândia e Suécia oficializam pedido de entrada na Otan

Embaixadores de ambos os países fizeram a entrega dos documentos. Foto: Divulgação / Otan

A Finlândia e a Suécia formalizaram, nesta quarta-feira (18), o pedido de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os documentos foram entregues na sede do órgão, em Bruxelas, na Bélgica. O secretário-Geral da Otan, Jens Stoltenberg, classificou o ato como “um passo histórico”.

A solicitação de ambos países, que ocorre 83 dias após o início da invasão russa à Ucrânia, passou por avaliações e aprovações nos parlamentos. “Cada nação tem o direito de escolher seu próprio caminho. Vocês dois (Suécia e Finlândia) fizeram suas escolhas após processos democráticos minuciosos”, declarou Stoltenberg.

A decisão foi criticada pelo presidente russo, Vladimir Putin: “A expansão da Otan é um problema criado de maneira artificial, porque é criado com base no interesse da política externa dos Estados Unidos. A Otan é usada como ferramenta de política externa de um único país. É feita de forma persistente, habilidosa e agressiva, agravando a complexa situação de segurança interna” – ressaltou.

Nas últimas semanas, os governos finlandês suceco trabalharam em cooperação para a elaboração da candidatura à Otan. Em coletiva conjunta nessa terça-feira (17), o presidente finlandês, Sauli Niinistö e a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, declararam que aguardam com expectativa pela adesão ao tratado.

Entre os objetivos manifestados pelas autoridades, estão o “aumento da segurança coletiva” e a abertura de “novas oportunidades para nossos países para uma cooperação mais estreita e forte nos campos da segurança e defesa”. Os governos também citaram a guerra na Ucrânia como um fator decisivo: “Na esteira da invasão da Ucrânia pela Rússia, o papel da Otan como uma Aliança defensiva que luta pela paz, segurança e estabilidade em todo o Euro-Atlântico tornou-se ainda mais importante”.

A Otan não forneceu um prazo para avaliação e conclusão do processo. No entanto, o secretário-Geral afirma que as decisões serão rápidas: “Estamos determinados a trabalhar em todas as questões e chegar a conclusões rápidas”, salientou Jens.

Apoio de países europeus

Diversos governos europeus já se manifestaram favoravelmente ao pedido. O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, declarou que encara as candidaturas com “otimismo e confiança” e que é “um passo importante para a consolidação do bloco europeu, reforçando a coesão na resposta da aliança e o reforço da nossa fronteira externa”.

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, também salientou apoio aos países. Para a líder do país, o reforço na aliança “ajudará a criar uma região nórdico-báltica ainda mais pacífica, segura e próspera”.  

Já o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ressaltou que a ação é resultado da guerra iniciada pelo presidente russo, Vladimir Putin: “Há até pouco tempo, ninguém teria previsto esse passo, mas as ambições terríveis de Putin transformaram os contornos geopolíticos do nosso continente. Estou ansioso para receber a Finlândia e a Suécia na família Otan muito em breve”, escreveu.

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