Jornalista
*Com a colaboração de Amanda Lima.
A onda de calor na Europa, com temperaturas que ultrapassam os 40ºC em diversas localidades, causa incêndios florestais em Portugal, Espanha e na França. Na manhã desta quarta-feira (13), seis mil pessoas foram evacuadas em La Teste-de-Buch, no departamento de Gironda, sudoeste da França.
A evacuação preventiva foi realizada em cinco campings da região, resultando na retirada de turistas e moradores. Na noite de terça-feira (12), outras 500 pessoas foram removidas de seis aldeias na cidade de Landiras, a cerca de 40 quilômetros de Bordeaux, também no sudoeste francês.
De acordo com a atualização mais recente, emitida pelo governo de Gironda às cinco horas da tarde, 1.500 hectares de floresta foram queimados na cidade de Landiras e 1.200 hectares em La Teste-de-Buch. Segundo as autoridades locais, mesmo com a presença de mais de 800 bombeiros e 10 aeronaves, as chamas estão progredindo devido ao calor.
Os profissionais atuam no combate ao fogo desde a tarde de ontem (12) e, até o momento, não há relatos de feridos. Algumas estradas locais estão fechadas para o tráfego. Além disso, as associações da Cruz Vermelha e da Proteção Civil prestam auxílio no local. A região também conta com reforços de outras regiões do país.
A orientação é para que as áreas sejam evitadas pela população para não interferir no trabalho dos socorristas. O governo local proibiu o uso de fogos de artifício na região até a próxima segunda-feira (18).
Portugal e Espanha
Na Espanha, os incêndios se concentram na região de Estremadura, na região sudoeste, que faz fronteira com Portugal, e também se estenderam para a comunidade autônoma de Castela e Leão (Castilla y León, em espanhol). Nesta manhã, o Ministério de Defesa do país apontou que bombeiros atuaram durante toda a noite no combate às chamas.
A junta de combate ao fogo que opera em Estremadura evacuou 11 pessoas preventivamente no momento e, durante o dia de hoje, atuou principalmente nas proximidades da região de Salamanca. A Agência Estatal de Meteorologia espanhola apontou que, amanhã (14) deverá ser o dia de pico deste episódio de onda de calor no país.
Em Portugal, desde o final da semana passada, uma série de incêndios em diversas regiões do país já destruiu 2.500 hectares de florestas, desalojou mais de 660 pessoas e deixou 120 moradores feridos. Uma pessoa também foi encontrada morta em uma área que estava em chamas na cidade de Aveiro, na região central.
As informações são da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e fazem parte do último balanço divulgado nesta quarta-feira (13). Hoje, o país continua registrando novos incêndios, com mais 2.800 profissionais, 700 caminhões e 31 helicópteros combatendo 171 pontos de incêndio no território luso.
Uma das situações mais graves é registrada em Palmela, a cerca de 43km de Lisboa, onde o fogo já atinge a área central do município. Em coletiva de imprensa, Luis Miguel Calha, vice-prefeito, confirmou a evacuação de moradores, mas preferiu não informar exatamente quantos residentes foram removidos. Ao mesmo tempo, o vice-prefeito confirmou que duas pessoas ficaram feridas.
Outra situação grave é registrada no Algarve, no sul do país. O fogo atinge os jardins da Quinta do Lago, um dos maiores resorts da região. Segundo comunicado da direção do local, “algumas zonas críticas” foram evacuadas, enquanto os restaurantes, campos de golf e demais áreas para prática de esportes foram fechados.
Portugal está em situação de contingência até as 23h59min desta sexta-feira (15). A medida, determinada pelo governo, significa que há preparação máxima de todo o efetivo e equipamentos para combater as chamas. As autoridades do país acompanham de perto a situação e apelam à população para que não realize queimadas, que estão proibidas. As forças policiais também intensificaram a fiscalização em áreas rurais.
A onda de calor atinge o país desde o final da semana passada, com máximas acima dos 42,5ºC em algumas localidades. De acordo com o Instituto do Mar e da Atmosfera, 17 dos 18 distritos do país estão em nível vermelho, quando há persistência das altas temperaturas.