Nobel da Paz é dedicado a ativista e duas organizações para direitos humanos

Um ativista e prisioneiro bielorrusso, e duas organizações para os direitos humanos venceram o Prêmio Nobel da Paz de 2022. A conquista foi anunciada pela centenária Fundação Nobel, sediada na Noruega, na manhã desta sexta-feira (7).

Ales Bialiatski foi o fundador do movimento bielorrusso Primavera (Viasna), em 1996. A iniciativa emergiu para combater a escalada do autoritarismo no país, sobretudo após a aprovação de emendas constitucionais que deram “ao presidente poderes ditatoriais e que desencadearam manifestações generalizadas”, explica a Fundação Nobel. Além de prestar apoio aos presos políticos e familiares nos anos que sucederam os protestos, o movimento Viasna também se posicionou contra o uso de tortura aplicados aos dissidentes do governo da Bielorússia.

A liderança de Ales à frente do movimento Viasna resultou na prisão do ativista entre 2011 e 2014. No ano de 2020, o governo da Bielorússia voltou a ser alvo de inúmeras manifestações populares, em que Ales também exerceu liderança. No mesmo ano, o ativista foi preso e permanece detido, sem nunca ter sido julgado.

O Comitê Norueguês para o Nobel, responsável pela escolha dos premiados, também dedicou o reconhecimento deste ano à organização russa de direitos humanos Memorial. Criado por ativistas que já receberam o Nobel da Paz, como Paz Andrei Sakharov e Svetlana Gannushkina, o Memorial denunciou diversos crimes de opressão realizados pelo regime comunista da extinta União Soviética.

“Após o colapso da União Soviética, o Memorial cresceu e se tornou a maior organização de direitos humanos da Rússia. Além de estabelecer um centro de documentação sobre as vítimas da era stalinista, o Memorial compilou e sistematizou informações sobre opressão política e violações de direitos humanos na Rússia”, destaca a Fundação.

A segunda organização reconhecida com o prêmio Nobel de 2022 foi o Centro para as Liberdades Civis ucraniano. Desde o início da invasão russa à Ucrânia, o grupo tem documentado os crimes de guerra cometidos pelo exército de Vladimir Putin.

A instituição, no entanto, existe desde 2007 “com o objetivo de promover os direitos humanos e a democracia na Ucrânia. O centro tomou uma posição para fortalecer a sociedade civil ucraniana e pressionar as autoridades para tornar a Ucrânia uma democracia de pleno direito”, reconhece a Fundação Nobel. Além disso, o Centro também tem se empenhado no convencimento das autoridades ucranianas para que o país se filie ao Tribunal Penal Internacional.

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