Jornalista
Mais de 1,1 milhão de vagas de trabalho deixaram de ser preenchidas, no Reino Unido, por falta de mão de obra qualificada, reportou o governo britânico nesta terça-feira (12). O número compreende o trimestre de julho a setembro deste ano e representa o maior déficit de trabalhadores em duas décadas na terra da Rainha.
Segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais britânico, houve um aumento de 318 mil oportunidades de emprego não ocupadas no país, o equivalente a 40,5%, em relação ao trimestre que antecedeu o início da pandemia de coronavírus, entre janeiro e março de 2020. A ausência de mão de obra qualificada registrada entre julho e setembro afeta 12 de 18 setores industriais do Reino Unido. Na área de transportes, por exemplo, 15% das companhias declararam que enfrentam dificuldades para preencher as vagas de trabalho.
“Isso pode refletir parcialmente os relatos de escassez de motoristas para dirigir Veículos Pesados com Mercadorias (HGV, sigla em inglês). No entanto, apesar de serem empregados principalmente nas áreas de transporte e armazenamento, os motoristas de veículos pesados representam apenas cerca de 1 em cada 10 empregos no setor como um todo”, diz o relatório.
Consultadas entre os meses de agosto e setembro, uma em cada quatro empresas do Reino Unido afirmou que a ausência de candidatos da União Europeia (UE) é o principal motivo da dificuldade em preencher as vagas, segundo divulgou recentemente o Escritório de Estatísticas Nacionais. Os setores de Transporte e Armazenamento (46%), Administração (40%) e Educação (39%) foram os que mais relataram dificuldades. O Escritório destaca ainda que o número de trabalhadores da UE empregados no Reino Unido caiu 8,7% entre abril e junho deste ano.
Reino Unido opera com novo sistema de imigração
Com o final do acordo de livre circulação entre o Reino Unido e a UE, no final de 2020, os britânicos elaboraram um esquema para garantir o direito de residência dos cidadãos da União Europeia na terra da Rainha, através do chamado EU Settlement Scheme. O prazo para os candidatos completarem a aplicação por meio desse sistema terminou em 30 de junho deste ano. Apenas cidadãos da UE que já moravam no Reino Unido antes de 31 de dezembro de 2020 estavam habilitados a solicitar o direito de permanência no solo britânico ou na Irlanda do Norte.
Desde a data limite de aplicação, em junho, os interessados em residir no território inglês devem passar por um sistema de imigração baseados em pontos, que dá preferência para “habilidades e talentos sobre a origem de uma pessoa”, segundo declara o Governo do Reino Unido.