Lisboa, Portugal.
Em um ano, a poluição causou 307 mil mortes precoces na União Europeia (UE), revelou um estudo publicado nesta segunda-feira (15). A pesquisa, realizada pela Agência Europeia do Meio Ambiente (EEA, sigla em inglês), é baseada em dados referentes ao ano de 2019.
O mesmo relatório explica que pelo menos 58% das mortes, ou seja, 178 mil vidas, poderiam ser salvas, caso “todos os Estados-Membros da UE” tivessem atingido as metas de qualidade do ar impostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade possui pelo menos seis recomendações sobre os principais poluentes, como dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono.
De acordo com o estudo, os três países que mais registraram os óbitos precoces são a Alemanha, com cerca de 53,8 mil mortes, a Itália, com 49,9 mil vidas perdidas precocemente e a Polônia. Este último Estado-Membro registrou 39,3 mil óbitos causados pela poluição em 2019.
“Respirar ar puro deve ser um direito humano fundamental. É uma condição necessária para sociedades saudáveis e produtivas. Mesmo com melhorias na qualidade do ar nos últimos anos em nossa região, ainda temos um longo caminho a percorrer para alcançar os níveis nas novas Diretrizes Globais de Qualidade do Ar da OMS”, ressaltou Hans Henri P. Kluge, diretor regional da organização na Europa.
Apesar dos dados, a agência avalia que a “UE está atualmente no caminho certo” da meta de reduzir as mortes causadas por poluição em 55% até 2030. Na comparação com 2005, a estimativa é de que o número tenha reduzido “em cerca de um terço”.
Segundo Hans Bruyninckx, diretor executivo da EEA, é preciso investir em “aquecimento mais limpo, mobilidade, agricultura e indústria” para melhorar a saúde e a qualidade de vida da população na Europa: “Esses investimentos salvam vidas e também ajudam a acelerar o progresso em direção à neutralidade de carbono e à forte biodiversidade”, relatou o diretor.
A pesquisa detalha que doenças cardíacas e derrames são as causas mais comuns de mortes prematuras causadas pela poluição do ar, seguidas de doenças no pulmão e câncer pulmonar. A agência ainda considera que a poluição é o maior risco à saúde ambiental no continente europeu.
Fórum de debate
O documento foi publicado poucos dias antes do “Fórum do Ar Limpo da UE”, que ocorre nesta semana em Madri, na Espanha. Para Hans Klugue, os dados publicados hoje são “evidências sólidas sobre a necessidade urgente de enfrentar essa carga de saúde”. No encontro, líderes europeus e especialistas debatem e refletem o desenvolvimento de políticas sobre o tema.