Lisboa, Portugal.
Com temperatura média de 25,6°C, julho foi o mês mais quente da Espanha desde que iniciaram os registros em 1961. A onda de calor que atingiu o país no mês passado foi a mais intensa e de maior alcance nos últimos 60 anos. Os dados foram divulgados pela Agência Estatal de Meteorologia (Aemet, sigla em espanhol) nesta segunda-feira (8).
Ao todo, 40 das 50 províncias (estados) do país foram atingidas pela onda de calor entre os dias 9 e 26 de julho. Foi a segunda maior sequência de dias quentes desde o início da série histórica. O número fica atrás apenas do ano de 2015, quando o país enfrentou uma onda de calor durante 26 dias e com 0,2ºC a menos de temperatura média.
Em Sevilha, por exemplo, a máxima foi de 46ºC no dia 24 de julho. De uma maneira geral, as temperaturas diárias máximas estavam, em média, 3,3°C acima do normal, enquanto as temperaturas mínimas estavam 2,2°C acima da média. Isso resulta em uma oscilação térmica diária 1,1 °C maior do que o normal durante o mês.
“Em 29 estações principais, a temperatura média do mês foi a mais alta de todos os meses desde o início das respectivas séries. Além disso, em 41 estações principais, a média mensal das temperaturas máximas diárias foi a mais alta da série, enquanto em nove a média de mínimas também foi a mais alta desde o início das observações”, pontua o comunicado.
Segundo os meteorologistas, a situação ocorreu por causa da “presença de um poderoso anticiclone atlântico que favoreceu o deslocamento de uma massa de ar muito quente de origem africana sobre a Península Ibérica e as Ilhas Baleares”. Além da onda de calor, o mês de julho foi o terceiro mais seco desde o início do século e o mais seco dos últimos 15 anos. Conforme a Aemet, a média de chuva foi 49% do nível do mês, com 8,8 milímetros.
Em agosto e setembro, a Agência alerta que o calor vai continuar acima da média normal. Tanto os meteorologistas quanto o Ministério da Saúde espanhol emitem recomendações para a população proteger-se da onda de calor. Entre as orientações, está a de beber água com frequência, comer refeições leves, ficar o maior tempo possível em locais frescos e ter atenção especial com idosos, bebês e pessoas com doenças crônicas.
Recentemente, o governo da Espanha aprovou novas regras para o uso do ar-condicionado. As regras estabelecem que edifícios administrativos, locais públicos, espaços culturais, transportes coletivos e lojas de todo o país não podem deixar a temperatura do ar-condicionado no verão abaixo dos 27ºC, enquanto a da calefação no inverno não poderá exceder os 19ºC.
Onda de calor na Europa
A Espanha não foi a única a enfrentar dias de altas temperaturas nas últimas semanas. O Reino Unido entrou em alerta vermelho para máximas recordes na semana de 18 de julho. Assim como a Espanha, Portugal e França tiveram um mês de combates a incêndios florestais. O fogo destruiu milhares de hectares de florestas, desalojou moradores e deixou um piloto português morto enquanto combatia um incêndio.