Rússia suspende fornecimento de gás para Polônia e Bulgária

Polônia e Bulgária afirmam que possuem alternativas para o abastecimento dos consumidores.
Foto: Canva

A empresa estatal russa Gazprom interrompeu o abastecimento de gás para a Polônia e a Bulgária na manhã desta quarta-feira (27). Em comunicado, a maior exportadora de gás natural do mundo afirma que a suspensão é devido à falta de pagamento em rublos pelos dois países europeus.

Um decreto publicado em 31 de março pela Rússia passou a exigir que compradores estrangeiros fossem obrigados a manter contas de liquidação em bancos russos e efetuassem os pagamentos na moeda local, o rublo. A empresa PGNinG, estatal de mineração de petróleo e gás polonesa, rejeitou os novos termos, considerando inconsistentes com os contratos em execução. Já para o Ministério de Energia da Bulgária, a Gazprom está rompendo unilateralmente com o acordo.

Na terça-feira (26), foram encaminhadas notificações aos países de que o envio de gás seria suspendido. Na sequência, os governos se manifestaram com as soluções para o suprimento do combustível. De acordo com o primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, não haverá redução no fornecimento de gás aos consumidores:

“O Ministério da Energia tem um plano de ação claro, inclusive para fontes alternativas de abastecimento. A suspensão do gás natural pela Gazprom é uma violação grosseira do contrato e chantagem pelo uso de um plano extracontratual de pagamento em rublos”, salientou Petkov em comunicado, pedindo que os consumidores búlgaros “fiquem tranquilos”.

No lado polonês, a empresa PGNinG e o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki garantem que as reservas de gás alternativas do país são suficientes para manter o abastecimento dos clientes. Segundo Morawiecki, o armazenamento está com capacidade de 76% no momento para suprir a demanda de consumo. Desde o início da invasão russa à Ucrânia, o governo polonês iniciou esforços para encerrar a dependência de gás natural da Rússia.

Outros países, como Alemanha e República Tcheca passaram a fornecer o combustível e um novo gasoduto está em desenvolvimento para trazer gás natural da Noruega para os países da União Europeia (UE). A infraestrutura da transmissão do combustível segue em funcionamento, apenas o suprimento foi interrompido, de acordo com os comunicados.

Resposta às sanções

Em sessão do parlamento polonês na manhã desta quarta-feira, Morawiecki criticou a decisão, categorizando a como “vingança à nova lista de sanções do governo polonês”. Divulgada no início dessa semana, mais 50 empresas e oligarcas russos passam a integrar a listagem de sanções econômicas, incluindo a Gazprom. O ministro da Energia búlgaro, Alexander Nikolov, divulgou que está a caminho de Bruxelas para discutir uma resposta comum às ações da Gazprom.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen se manifestou nas redes sociais nesta manhã: “O anúncio da Gazprom é outra tentativa da Rússia de nos chantagear com gás. Estamos preparados para este cenário. Estamos mapeando a nossa resposta coordenada da UE”, escreveu a líder europeia. Ainda segundo Ursula, os “europeus podem confiar que estamos unidos e em solidariedade com os Estados-Membros afetados”.

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