Europa: brasileiros voltam às urnas após abstenção de 50% no 1º turno


Os cerca de 155 mil eleitores brasileiros residentes na Europa que não compareceram às urnas no primeiro turno das eleições podem votar neste domingo (30), data do segundo turno do pleito presidencial. No total, estão aptos a exercer o direito ao voto 284.83 brasileiros, distribuídos em 36 cidades europeias.

A taxa de abstenção na primeira rodada de votação na Europa ficou em 50,77%. De acordo com as regras eleitorais, quem está inscrito e não compareceu no primeiro turno pode votar no segundo. Ao mesmo tempo, quem decidir ir às urnas neste domingo depois de faltar no dia 02 de outubro precisa justificar a ausência, que é obrigatória em cada turno de votação.

O colégio eleitoral com maior abstenção na Europa foi Madri, na Espanha, com índice de 71,27%, seguida de Faro, em Portugal, que registrou 67,02% de abstenção. Por outro lado, a cidade de Budapeste, capital da Hungria, registrou o menor índice de eleitores faltantes, de 24,26%. Na sequência está Talin, na Estônia, com 24,60%.

A escolha decisiva para a presidência do Brasil ocorre das 8h às 17h, conforme a hora local de cada país. Neste ano, a segunda etapa do pleito é realizada um dia após a mudança do Horário de Verão europeu, o que exige atenção dos eleitores. É necessário atrasar os relógios em 1 hora.

Longas filas

O segundo turno também ocorre depois de uma primeira rodada de votação marcada por longas filas em dezenas de cidades da Europa. De 2018 para este ano, o número de eleitores no Continente subiu cerca de 70%, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em Lisboa, que concentra 45 mil eleitores inscritos, o maior número fora do território brasileiro, o horário de votação teve que ser estendido em mais três horas no primeiro turno. Para este domingo (30), com objetivo de tentar agilizar a fila, o Consulado organizou um novo esquema de entrada e saída do local de votação.

Uma equipe contratada, uniformizada com coletes laranjas, vai controlar duas filas, uma prioritária para idosos e outra para o eleitorado geral. Também haverá uma porta específica para saída dos eleitores, nos fundos do prédio. No primeiro turno, a mesma porta era utilizada tanto para entrada no local quanto para deixar o prédio após a votação.

Em Dublin, onde também foram registradas longas filas no dia 2 de outubro, a equipe eleitoral mudou o local de votação. O TSE confirmou ao Agora Europa que a única cidade europeia em que o colégio eleitoral mudou de endereço foi a capital irlandesa. 

Os 11.946 brasileiros inscritos devem ir até o Estádio Croke Park para a votação. As urnas estão localizadas no quarto andar. A Embaixada do Brasil em Dublin também organizou uma sinalização por códigos para ajudar o eleitor a encontrar a urna com mais facilidade e rapidez.

Documentos para votação e urnas eletrônicas

Para votar, o eleitor precisa levar um documento oficial brasileiro com foto, como identidade ou passaporte. Não é permitido entrar na cabine de votação com celular nem armas de fogo.

No Exterior, o procedimento de voto é semelhante ao do Brasil. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal, que organiza as urnas para fora do Brasil, em colégios eleitorais onde o número de inscritos é superior a 101, a votação ocorre nas urnas eletrônicas. 

Nos locais onde estão cadastrados de 30 a 100 cidadãos, o voto é chamado “na lona”, por ser feito em papel. O recurso também é utilizado quando uma urna eletrônica apresenta algum problema técnico. Em Lisboa, seis seções tiveram voto em impresso. No pleito deste domingo, foram enviadas seis aparelhos para substituição, além de cinco urnas extras.

Em cidades onde o número de eleitores não chega a 30 não é possível votar, sendo eliminada também a necessidade de justificativa. Os colégios eleitorais na Europa também não dispõem do serviço de justificativa, que deve ser feita exclusivamente pelo site do TSE ou através do aplicativo E-Título.

Disputam a presidência do Brasil o atual chefe de estado Jair Messias Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No primeiro turno, o candidato petista venceu em 35 municípios europeus, enquanto o atual presidente em Atenas, capital grega. 

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