Pafos, Chipre.
Nesta terça-feira (11), representantes do governo francês apelaram para que termine imediatamente a paralisação que ocorre há várias semanas nas empresas de energia da França. Quase 30% dos postos de gasolina do país enfrentam problemas de abastecimento, o que já faz o preço dos combustíveis disparar em alguns locais.
A ação grevista provoca filas de carros nos postos desde o final de semana, principalmente nas regiões da Ilha de França (Paris e arredores) e Alta França, ao norte do território. Diante do estado de alerta, Agnès Pannier-Runacher, ministra de Energia, pediu para que os cidadãos não estoquem produtos, uma vez que a atitude pode agravar o caos nos estabelecimentos.
Além do apelo aos franceses, a líder do governo condenou a alta repentina do combustível: ‘’Não permitiremos que os preços sejam inflacionados artificialmente’’, destacou a ministra. Agnès também garantiu que os órgãos de controle já começaram a fazer vistorias na Alta França, uma das localidades mais prejudicadas pelo movimento e que recebeu reforço nas entregas de gasolina, diesel e etanol em 35% ainda na tarde desta terça-feira (11). A Ilha de França, onde diversos comércios enfrentam problemas para operar há vários dias, recebeu um reforço de 50% na distribuição dos combustíveis.
Enquanto ações são realizadas para evitar a prática abusiva por parte dos empresários, líderes do país avaliam medidas para por fim à greve e retornar ao ‘’bom funcionamento do país’’, conforme afirmou, hoje (11), Olivier Véran, porta-voz do governo. Agnès Pannier-Runacher, por sua vez, declarou que ‘’nada justifica colocar os franceses em dificuldade em suas vidas diárias’’. Apesar da pressão, os funcionários das refinarias seguem em paralisação por tempo indeterminado.
Adiantamento das negociações
A Confederação Geral do Trabalho (CGT, sigla em francês), que representa os trabalhadores das refinarias, diz que a categoria demanda um ‘’aumento justo de salário’’, considerando os índices de inflação, o alto custo de vida e ainda os lucros sem precedentes gerados pelos grupos petrolíferos. A CGT explica que ‘’a greve continua sendo a única ferramenta disponível para os empregados quando os empregadores recusam qualquer negociação’’, observando, no comunicado, o direito constitucional do movimento até que sejam finalizadas as tratativas entre as partes após quatro anos sem reajustes.
A TotalEnergies da França, multinacional de produção e comércio de energia, confirmou que vai antecipar a negociação salarial com os funcionários que estava prevista, anteriormente, para o mês de novembro, com a condição de que os trabalhadores retornem às funções. A companhia oferece um acréscimo de 4% para a categoria e promete participação percentual nos lucros da empresa.