
Madri, Espanha.
A apenas duas semanas do Natal, a Espanha volta a estar em situação de risco alto, com 323 casos positivos de coronavírus para cada 100 mil habitantes. Nos últimos 10 dias, a curva de contaminações é crescente e, em um comparativo com o dia 1º de dezembro, a incidência da doença no país subiu 48,84%, de 217 para 323 casos para cada 100 mil habitantes. O país realiza o cálculo considerando o número acumulado de infectados em um período de 14 dias.
Segundo o semáforo Covid-19, instituído pelo Ministério da Saúde com o objetivo de medir a situação epidemiológica do país, a Espanha entra em risco alto quando a incidência acumulada está entre 300 e 500 casos. Algumas regiões como Navarra e País Basco possuem números ainda superiores, com 1.036 e 786 casos positivos por cada 100 mil habitantes em 14 dias, respectivamente.
Já a taxa de ocupação de leitos hospitalares por pacientes que contraíram a doença está em 4,48% (risco baixo), mas próximo ao limite recomendado pelas autoridades sanitárias espanholas, que é de 5%. No que diz respeito às Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), desde primeiro de dezembro, a média de ocupação subiu de 8% para 11,41%, representando um risco médio.
O último boletim emitido pelo Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (10), revela ainda que há um aumento significativo de contágios no público mais jovem. As crianças menores de 12 anos, que começam a ser vacinadas contra a Covid-19 no próximo dia 15 de dezembro, compõem, atualmente, a faixa etária com maior incidência de casos de coronavírus: 547 positivos para cada 100 mil habitantes, considerando os últimos 14 dias. Na sequência, estão as pessoas com idade entre 40 e 49 anos, que apresentam 395 casos para cada 100 mil habitantes.
País decide não impor medidas restritivas
Até o momento, a única restrição que a Espanha adotou para conter a nova onda da pandemia está relacionada ao surgimento da variante Ômicron. O país confirmou, nesta sexta-feira (10), que já foram identificados 23 casos de pessoas contaminadas com a nova cepa e está exigindo quarentena obrigatória para viajantes vindos de alguns países do sul da África.
O governo também voltou a recomendar o uso de máscaras em ambientes onde não é possível manter o distanciamento social. Já em locais fechados, no transporte público e nos colégios, o uso segue sendo obrigatório. A justificativa do Ministério da Saúde é que apesar do aumento de casos e de internações, a situação da Espanha está melhor se comparada com as outras ondas de contágio da pandemia, graças à vacinação. Até esta sexta-feira (10), segundo dados da pasta, 89,5% da população está totalmente vacinada contra a doença.
Exigência do certificado Covid
Os governos regionais, no entanto, estão em busca do aval da Justiça para impor a obrigatoriedade do Certificado Covid a quem deseja frequentar bares, restaurantes, danceterias e casas de espetáculos. A maioria das 17 comunidades autônomas espanholas já solicita o documento, como é o caso do País Basco, Cantabria, Comunidade Valenciana, Galícia, Aragón, Ilhas Baleares, Catalunha, Navarra e Ilhas Canárias, que já obtiveram a autorização dos respectivos Tribunais Superiores de Justiça para aplicar a medida.
Algumas regiões, como o País Basco e Andaluzia, estudam também a possibilidade de ampliar a exigência do certificado para entrar em residência de idosos, hospitais e outros espaços públicos. As Ilhas Baleares e a Catalunha solicitam o documento também nestes casos.
Até o momento, apenas os governos regionais de Madri, Castilla-La Mancha, Castilla e León, Extremadura, La Rioja e Astúrias descartam a exigência do Certificado Covid, mas as duas últimas pensam na possibilidade de exigir o documento se o número de contágios continuar subindo.
O Certificado Covid atesta se o cidadão está vacinado contra a Covid-19 ou se recuperou da doença nos últimos seis meses. A validação também é emitida para pessoas que realizaram um teste de antígeno ou PCR nas últimas 48 ou 72 horas, respectivamente.
Prorrogação da quarentena obrigatória para passageiros vindos da África
O governo espanhol decidiu prorrogar até o próximo dia 26 de dezembro, a quarentena obrigatória aos passageiros que chegam aos aeroportos do país vindos de alguns países africanos com alto risco de contágios de coronavírus, com ou sem escalas. A decisão está publicada no Boletim Oficial do Estado (BOE) desta sexta-feira (10) e entrará em vigor a partir da meia noite de segunda-feira (13).
Na nova publicação, a Espanha ampliou a lista dos países que devem cumprir a determinação. Agora, além de Botswana, Eswatini, Lesotho, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabwe, também devem permanecer em quarentena os viajantes procedentes de Malawi e Zâmbia.