Jornalista
Pela primeira vez desde dezembro de 2002, o Euro atingiu a mesma cotação do dólar americano. Nessa segunda-feira (11), a moeda oficial da União Europeia (UE) fechou o dia valendo $1,0098 em relação à cédula estadounidense. Com isso, a desvalorização chegou ao menor valor em duas décadas.
A tendência de queda do Euro não é recente. Desde janeiro de 2021, quando uma nova onda de casos de Covid-19 atingiu o velho continente, a prevalência do poder da moeda sobre o dólar americano tem sido gradualmente menor. Em 24 de fevereiro deste ano, quando teve início a invasão russa à Ucrânia, uma nova desvalorização atingiu a moeda da UE.

Em relação ao Real, o Euro vale atualmente R$ 5,37. Esse é o valor comercial quando comparada com a cédula do Brasil.
Inflação no bloco
Além da desvalorização, os residentes do bloco europeu também estão tendo de lidar com a redução do poder de compra como resultado da histórica inflação que atinge a UE. Na Zona do Euro, composta por todos os países que utilizam a moeda, o Índice de Preços ao Consumidor (HICP, em inglês) foi 8,1% mais alto em maio do que em abril, segundo o Banco Central Europeu.
A maior variação, dentro da Zona, foi registrada na Estônia, com 20,1% de aumento de um mês para o outro A alta da inflação tem três vilões principais para os que adotam o Euro: moradia, gás ou eletricidade, e transporte.
Medidas para reduzir custo de vida
No mês passado, a direção do Banco Central Europeu decidiu aumentar as taxas de juros para conter a inflação. A medida, que não era adotada há 11 anos, já está em vigor desde o início de junho. A previsão é um novo aumento seja realizado em setembro.
Em diversos países da União Europeia, também têm sido adotadas ações para minimizar os impactos da inflação no bolso da população. Na Irlanda, o governo reduziu os impostos sobre os combustíveis e barateou o preço das tarifas de ônibus.
Na França, por outro lado, o governo de Emmanuel Macro determinou um teto para o reajuste dos aluguéis. Até o final de junho de 2023, os locadores de imóveis não poderão aumentar os valores das acomodações em mais de 3,5% do atual valor. A iniciativa foi anunciada pelo governo francês no dia 27 de junho. De acordo com o Ministério da Economia, o objetivo é “proteger o poder de compra dos franceses”.