Polícia prende 25 suspeitos de planejar ataque ao Parlamento alemão


A polícia alemã prendeu, nesta madrugada (7), 25 pessoas suspeitas de planejar um ataque ao Parlamento do país. As investigações definiram o grupo como “terroristas domésticos”. O inquérito indicou que a organização foi criada em novembro de 2021, com objetivo de “superar a ordem estatal existente na Alemanha e substituí-la por sua própria forma de governo”, que já estaria definida.

De acordo com a polícia, os acusados “​​estão unidos por uma profunda rejeição às instituições estatais e à livre ordem democrática básica da República Federal da Alemanha”. As autoridades não descartam que o grupo poderia cometer assassinatos para chegar ao objetivo.

Segundo a Procuradoria de Justiça do país, a organização é guiada por teorias conspiratórias dos movimentos “QAnon” e “Reichsbürger”, ambos de extrema-direita e que rejeitam a ordem democrática. Os planos do grupo incluíam formar uma nova ordem de Estado na Alemanha, seguindo as diretrizes clássicas do cidadão do Reich, com as potências aliadas vitoriosas da Segunda Guerra Mundial.

A investigação apontou que os suspeitos veem a Rússia como principal país para negociações. Conforme a polícia, um dos presos é um cidadão russo que já havia feito contato com representantes do país de origem na Alemanha. No entanto, não foram encontrados, até agora, indícios que o grupo tenha recebido respostas positivas.

“Conselho” e “Braço militar” 

As evidências encontradas indicaram que a organização já possuía uma estrutura de comando definida. A polícia divulgou o nome de um cidadão alemão intitulado Henrique XIII PR, que seria o chefe do “Conselho”, responsável pela tomada de decisões e futuro “chefe de estado”. Em reuniões secretas, os conspiracionistas já haviam definido departamentos de governo, como “Justiça”, “Negócios Estrangeiros” e “Saúde”, com a nomeação dos chefes, que foram presos na operação de hoje.

Segundo a Procuradoria de Justiça, outra parte da organização é chamada de “Braço Militar”, que seria responsável pela “tomada de poder pela força das armas”. Alguns dos integrantes recrutados pelo grupo são militares e policiais da reserva, que já estavam na fase de montagem de unidades armadas.

A investigação apontou que foram realizadas quatro reuniões no verão deste ano para recrutamento de mais integrantes para o “Braço Militar”. Em outubro, parte do grupo inspecionou quartéis militares nos estados de Hesse, Baden-Württemberg e Baviera para analisar a capacidade de “abrigar suas próprias tropas após a derrubada” do governo.

A operação

Mais de 3 mil policiais participaram da operação realizada hoje, que cumpriu mandados não só em 11 estados do território alemão, mas também na Itália e Áustria, totalizando 130 locais e 52 alvos.
Os suspeitos serão levados ao Tribunal nesta quarta (7) e quinta (8) para decidir sobre cumprimento de prisão preventiva. Os presos podem ser acusados pelos crimes de terrorismo e de preparação de um “empreendimento de alta traição contra o Governo Federal”.

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